quarta-feira, 27 de março de 2013

Reflexão a cerca da Estilística

       Entender estilística é ir além da letra que um compositor fez, ou uma melodia cantada, é você buscar lá no fundo as raízes do sentido, não aquele que o artista demonstrou, mas sim, aquele que você captou, que te chamou atenção, que te surpreendeu.
       É o estilo próprio de cada observador, é o que faz uma obra ganhar vida, palavras virarem sons, pessoas e coisas se transformarem em pintura. É a estilística que transforma imaginação em conto.
       É o que faz cada pedaço de uma obra ser única, com seus objetivos e intuições próprias. A estilística é uma arte e só aqueles que tem coração de artista sabe decifrar.

 OBS.: Todos nós temos coração de artista, precisamos somente abrí-lo de vez em quando para que o estilo penetre-o.

       Por tudo isso que o grupo Blogadão resolveu mostrar o seu estilo, trasnformando música em imagens como essas:


terça-feira, 26 de março de 2013

Análise Estilística da música “Você é Linda” de Caetano Veloso.




         Lançada no LP “Uns”, em 1983, a música “Você é Linda” foi composta pelo cantor e compositor Caetano Veloso. Sem muita repercussão, atingiu o sucesso em todo Brasil como tema de abertura da novela Belíssima (Rede Globo, 2006).
        Com gênero poema-canção, “Você é Linda” exalta a beleza feminina e premia as pessoas com uma obra rica em recursos estilísticos, onde letra e melodia estão em sintonia. A canção mimetiza as entoações da fala para manter o objetivo de que cantar é dizer algo. E essa oscilação entre canto e fala possibilita um ritmo contínuo com leveza e suavidade.
        Caetano poetiza sons de timbres desconexos e cria a estética musical, o uso de aliterações fomenta e tonifica a pregnância. É frequente o artifício jogo sonoro que emenda o último segmento, o que o torna não apenas um dos principais cantores, compositores e violinistas brasileiros, mas sim um criador de estilos. Seus versos curtos opõem-se às longas estrofes. Sua linguagem é simples, repetitiva e objetiva. Entretanto, a subjetividade fica por conta do amor platônico que envolve o eu-lírico e a mulher amada.
        Segue abaixo a letra da música:

Você é linda

Fonte de mel
nuns olhos de gueixa
kabuki, máscara
Choque entre o azul
e o cacho de acácias
luz das acácias
você é mãe do sol
A sua coisa é toda tão certa
beleza esperta
Você me deixa a rua deserta
quando atravessa
e não olha pra trás

Linda
e sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
e diz
Você é linda
mais que demais
Você é linda sim
onda do mar do amor
que bateu em mim

Você é forte
dentes e músculos
peitos e lábios
Você é forte
letras e músicas
todas as músicas
que ainda hei de ouvir
No Abaeté
areias e estrelas
não são mais belas
do que você
mulher das estrelas
mina de estrelas
diga o que você quer

Você é linda
e sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
e diz
Você é linda
mais que demais
Você é linda sim
onda do mar do amor
que bateu em mim

Gosto de ver
você no seu ritmo
dona do carnaval
Gosto de ter
sentir seu estilo
ir no seu íntimo
nunca me faça mal

Linda
mais que demais
Você é linda sim
onda do mar do amor
que bateu em mim
Você é linda
e sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
e diz

           Ao lermos a letra da música nos deparamos com várias expressões duplas (Fonte de mel; olhos de gueixa; Luz das acácias; mãe do sol; Mulher das estrelas; Dona do carnaval, etc.) e inúmeros adjetivos (linda, beleza/esperta, certa, feliz, forte, belas), e, por meio destes, Caetano vai descrevendo e qualificando sua amada; falando da beleza, doçura, força, sedução, sensualidade e perfeição dessa mulher por ele idealizada. Com isso, observamos o sentimentalismo exacerbado.
          Na primeira estrofe observamos a presença de expressões metafóricas. O aumentativo ‘tão’ nos traz a ideia de grandeza e vivacidade. Em toda a canção há uma vírgula (Kabuki, máscara) que representa uma ruptura sintática. É no final dessa estrofe que percebemos a distância ou barreira que o eu-lírico enfrenta em relação à mulher amada (Você me deixa a rua deserta/ Quando atravessa/ E não olha pra trás).
         A segunda estrofe é uma espécie de refrão, pois ela se repetirá ainda na quarta e sexta estrofes, porém com uma inversão de versos, o que marca um estilo do autor dando charme a canção. Há a afirmação da beleza da mulher e da felicidade que ela o traz, além de uma hipérbole (Linda/.../ você me faz feliz/.../ você é linda/ mais que demais/ você é linda sim). Há também a metalinguagem (esta canção é só pra dizer/ e diz).
         Já na terceira estrofe a força feminina será realçada por meio de características masculinas (você é forte/ dentes e músculos/ peitos e lábios). Faz uma relação entre esta força e a força da natureza (no Abaeté/ areias e estrelas/ não são mais belas/ do que você), além de uma metáfora de beleza, a beleza de ambas, mulher e natureza. Transforma uma dúvida em uma espécie de certeza futura com o verbo ‘hei’ (futuro perifrástico). E finaliza a estrofe com o imperativo (diga o que você quer).
        Na quinta estrofe, utilizando-se do eu-poético cita a sexualidade (ir no seu íntimo) e sensualidade (você no seu ritmo). O uso do pronome seu três vezes nessa estrofe é para indicar a ideia de posse. E finaliza mais uma vez no imperativo (nunca me faça mal), porém agora como apelo de que não o faça sofrer.
        Para concluir, é possível notar a riqueza de recursos estilísticos que Caetano utilizou na composição dessa música, o que nos mostra a genialidade desse artista e nos faz conhecer um pouco de seu estilo. Seja com o uso de verbos (no indicativo = presente; pretérito; futuro/ no imperativo = ordem e apelo/ no infinitivo = verbos sensoriais (dizer, sentir, ver, ouvir)), seja com o uso de adjetivos, pronome, rimas, repetição de palavras, pluralidade, entre outros artifícios que compuseram essa tão bela música.


Vocabulário:

1. Gueixa: s. f.
Mulher japonesa treinada desde jovem nas artes da dança, do canto e da conversação, para propiciar entretenimento e companhia agradável, especialmente a fregueses do sexo masculino, em casas de chá, banquetes etc.

2. Acácias: s. f.
Botânica. Gênero Acacia de plantas lenhosas, da família das Leguminosas, com folhas pinuladas e racemos de flores brancas ou amarelas. As flores dessas plantas.

3. Kabuki: s. f. Dança realizada no Kabuki. Kabuki é uma espécie de teatro japonês.
4. Abaeté: s. f. Lagoa do Abaeté, famoso ponto turístico da cidade de Salvador (BA).

Referências:

http://caetanocompleto.blogspot.com.br/  
http://www.dicio.com.br/
http://www.ileel.ufu.br/anaisdosilel/pt/arquivos/gt_lg01_artigo_5.pdf 
LAPA,M.Rodrigues.Estilística da língua portuguesa.São Paulo:Martins Fontes,1988. bjo brigadao
TATIT,Luis.O século da canção.São Paulo: Ateliê Editorial,2008. 251 p.

Biografia do cantor Caetano Veloso por Graziela Salomão






O baiano Caetano Emanuel Viana Telles Veloso nunca imaginou que, saindo de uma pequena cidade do Recôncavo Baiano, faria tanto sucesso pelo Brasil afora e seria umas das principais expressões da Música Popular Brasileira. Mas foi isso o que aconteceu.
Nascido em 07 de agosto de 1942, em Santo Amaro da Purificação, a 73 quilômetros de Salvador, Caetano Veloso, como ficou conhecido por todo o país, já sabia, desde pequeno, o que queria ser na vida: com pouco mais de 4 anos de idade, o irmão de Maria Bethânia já compunha A Tua Presença Morena, revelando seus dotes artísticos.
Mas, sua trajetória musical começou, realmente, quando se mudou com a família para Salvador no início dos anos 60. A capital baiana vivia um momento de efervescência cultural e Caetano aproveitou sua paixão pela música e pela bossa nova de João Gilberto e começou a tocar em barzinhos da cidade. Foi em Salvador, também, que Caetano conheceu o parceiro Gilberto Gil. Do fruto dessa amizade surgiram composições como No dia em que eu vim-me embora, Panis et Circenses, São João, Xangô Menino, Haiti, Cinema Novo, Dada, entre outras.
Nesse período, também, conheceu Gal Costa e Tom Zé, futuros componentes da Tropicália. Seu primeiro trabalho musical foi uma trilha sonora para a peça 'O Boca de Ouro', de Nelson Rodrigues. O mesmo diretor, Álvaro Guimarães, também o convidou para, logo em seguida, compor a trilha de 'A exceção e a regra', de Bertolt Brecht. Esses trabalhos influenciaram, definitivamente, o futuro de Caetano, fazendo-o decidir pela vida de cantor-compositor.

A primeira oportunidade como profissional
A carreira profissional de Caetano começou sob a influência da irmã Bethânia, que foi chamada ao Rio para substituir a cantora Nara Leão no show 'Opinião', sucesso em 1965. A pedido do pai Zezinho Veloso, ele acompanhara a irmã. No mesmo ano, Bethânia gravou É de Manhã, de Caetano, e a música marcou sua estréia com um compacto simples. O primeiro disco 'Domingo' veio apenas em 1967, no qual cantava ao lado de Gal Costa.
Momentos difíceis do país
O Brasil vivia momentos de repressão por parte do governo militar. Com a liberdade de expressão proibida, os artistas tentavam, a todo custo, quebrar as barreiras da censura. Caetano era um dos revoltados com a situação pela qual passava o país. Junto com Gil, lançou o movimento cultural Tropicalista na tentativa de expressar seu inconformismo. Através do deboche, da irreverência e da improvisação, o tropicalismo revoluciona a MPB, utilizando-se de elementos estrangeiros fundidos com a cultura brasileira (a filosofia antropofágica do modernista Oswald de Andrade) e baseando-se na contracultura. O movimento foi lançado no Festival de MPB da TV Record, em 1967, com as músicas Alegria, Alegria, de Caetano, e Domingo no Parque, de Gil, que se tornaram hinos da juventude da época. Em 1968, no auge do movimento, Caetano lançou o álbum Tropicália, junto com Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé.
A parceria com Gilberto Gil estendeu-se da música e foi parar na vida dos dois artistas. O choque de idéias com a ditadura militar ocasionou a prisão dos dois, em São Paulo, e impôs o exílio na Inglaterra, em 1968. Entretanto, a barreira geográfica não impediu que os protestos continuassem e, de Londres, Caetano enviou artigos para o jornal O Pasquim e músicas para diversos intérpretes como Gal Costa, Maria Bethânia, Elis Regina, Erasmo e Roberto Carlos.
A volta para o Brasil
Em 1972, Caetano retornou ao Brasil e passou por um momento de alta criatividade. Até o final dos anos 70, muitos sucessos como Tigresa, Leãozinho, Odara e Sampa foram lançados. O encontro com os antigos companheiros Gal, Bethânia e Gil resultou, em 1976, na formação do grupo Doces Bárbaros. O show excursionou por São Paulo e outras dez cidades brasileiras, revivendo antigos sucessos, e resultando na gravação de um LP. Em 1993, a parceria com Gilberto Gil foi retomada e juntos lançaram o disco 'Tropicália 2'.
Multimídia, Caetano também se arriscou em outras formas de arte. Em 1986 comandou, ao lado de Chico Buarque, o programa de televisão da Rede Globo 'Chico & Caetano', onde cantavam e traziam convidados. Essa experiência na televisão ajudou a quebrar a imagem de que os dois músicos não se davam bem. No cinema, ele dirigiu o filme O Cinema Falado e, como escritor, sua estréia foi Verdade Tropical, no qual faz um relato pessoal sobre os principais aspectos e acontecimentos relacionados ao movimento tropicalista.
A ousadia continua sendo uma marca registrada de Caetano. Prova disso é o CD 'A Foreign Sound', lançado em 2004, com regravações de músicas americanas.

REFERÊNCIAS:

http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT731625-1655,00.html
visualizado dia 26/03/2013 às 12:30h
CURIOSIDADES
Caetano foi casado com a atriz Dedé Veloso. Em 1986, conheceu a carioca Paula Lavigne, com quem ficou durante 19 anos. Tem três filhos: Moreno (de seu primeiro casamento), Zeca e Tom.
Caetano foi o primeiro brasileiro a se apresentar na entrega do Oscar cantando a música Tonada de Luna Llena, que faz parte da trilha sonora de A Flor do Meu segredo, do amigo espanhol Pedro Almodóvar.
O nome de seu filme O Cinema Falado remete ao primeiro verso de um samba de Noel Rosa
Conquistou o Grammy na categoria World Music, em 2000, com o disco 'Livro'
O nome de Bethânia foi escolhido pelo próprio Caetano pois, quando ela nasceu, fez sucesso uma música de Nelson Gonçalves chamada Maria Betânia (de Capiba)

sexta-feira, 15 de março de 2013

Estilística



       Estilística é a ciência que estuda as expressões das palavras dentro do texto e sua utilização, incluindo o uso estético da linguagem e as suas diferentes aplicações dependendo do contexto ou situação.
       Na estilística, analisa-se a capacidade de provocar sugestões e emoções usando certas fórmulas e efeitos de estilo. Também, tenta-se estabelecer os princípios capazes de explicar as escolhas particulares feitas por indivíduos e grupos sociais em seu uso da língua, tal como a socialização, a produção e a recepção do sentido, análise crítica do discurso e crítica literária.
       Outras características da estilística incluem o uso do diálogo, incluindo acentos regionais e os dialetos desse determinado povo, língua descritiva, o uso da gramática, tal como a voz passiva ou voz ativa, o uso da língua particular, etc. Além disso, a estilística é um termo distintivo que pode ser usado para determinar conexões entre forma e efeitos dentro de uma variedade particular da língua.
       O francês Pierre Giraud propõe uma divisão que abarca duas condições de origem: aquelas figuras usadas pelo próprio idioma (estilística da língua), e aquelas criadas pelo autor (estilística genética).


REFERÊNCIA:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estil%C3%ADstica

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Quem somos???!!!

       Somos alunos do curso de Letras Português, da Universidade Federal de Sergipe (São Cristóvão).
       Esse blog surgiu como uma atividade, ministrada pelo professor José Renoir Nunes, com o objetivo de unir os grupos na realização de atividades, incentivando-os à  coletividade, e, por meio do mesmo divulgar os trabalhos e conteúdos realizados em sala, como também divulgar coisas relacionadas àquilo que fora trabalhado/estudado; deixando-nos livres quanto à escolha daquilo que postamos.
        E é essa liberdade associada ao fato de compreendermos a importância do mesmo, que levou o grupo a continuar mantendo o Blog ativo!!
         Aqui serão postados poemas, videos, poesias, textos, leis, imagens, entre outras coisas, que estejam relacionadas à Educação, principalmente que nos tragam à reflexão e chamem a atenção das pessoas para esse tema tão importante para a vida de todos.

Esperamos que curtam e compartilhem suas opiniões, e, juntamente conosco façam desse blog, um meio de critica e reflexão... pois sua participação é importante para o sucesso do Blogadão!!!

Aos Mestres com carinho!!!






"Essa é uma homenagem especial, para todos os professores, do grupo Blogadão!!!"

Parabéns a todos os professores!!!

Verdades da Profissão de Professor 

"Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho. A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda."
 
Paulo Freire